ESTALINE: O TERROR ANTI-SOCIALISTA
Publica-se de seguida um texto da responsabilidade de SOCIALISMO LIBERTÁRIO (nr.47, Abril 2003), site: www.socialismolibertario.org. Trata-se de uma posição que TRIBUNA SOCIALISTA subscreve. Como sempre consideramos benvindas todas as opiniões, críticas ou não, que nos queiram fazer chegar a um dos nossos e.mails. >>>>>>>>>>>>>>>>>>>Passaram 50 anos sobre a morte de José Estaline. Duas ideias associam-se à sua memória para a maioria das pessoas que hoje em dia pensam nele. Um ditador totalitário que assassinou e exterminou milhões de habitantes das povoações que constituíam a ex-URSS e a associação da sua memória a uma determinada visão da revolução e do comunismo. Esta dupla associação constituiu e constitui a verdadeira raiz do problema, já que Estaline constitui a negação orgânica da revolução e do socialismo, destruiu e atraiçoou materialmente todas as revoluções – da revolução chinesa de 1927 à espanhola de 1936-37 – ajudou ao triunfo do nazismo com a sua política de identificação entre o nazismo e a social-democracia, tendo depois pactuado com o próprio Hitler ... Estaline iludia o pior inimigo possível da classe operária porque se cobria com manto da revolução russa e das esperanças de emancipação popular, quando afinal era a sua máxima negação, era o pior inimigo possível porque apunhalava sistematicamente a classe operária pelas costas.
Estaline e o estalinismo envenenaram literalmente uma parte significativa da esquerda e do movimento operário. Construíram jaulas sobre as consciências das classes mais baixas, gulags e chekas onde encarceraram dissidentes e revolucionários, uma prisão permanente para as sociedades sob a sua direcção, contra a livre iniciativa e pensamento. Os milhões de mortos durante o ano do grande terror (1936-37), os processos de Moscovo que assassinaram toda a velha guarda bolchevique sob os aplausos clamorosos e alegres do embaixador norte-americano e de Winston Churchill, porque assim se punha definitivamente fim às veleidades revolucionárias de Trotsky. As deslocações massivas de populações e de etnias, a loucura colectiva de viver sob a ameaça de que em qualquer momento ou em qualquer lugar qualquer pessoa podia ser vitima do tacão de ferro da burocracia, incluindo mesmo dezenas de milhares de burocratas que foram vítimas da máquina que com tanto afinco tinham ajudado a criar.
Personagens terríveis que conviveram com o assassino georgiano que ainda é necessário desmascarar como Palmito Togliatti, o qual na nossa Península actuou sob o nome de Ercole, dirigiu a política de extermínio e de massacre da revolução de 1936 ou que assinou o extermínio de dezenas de milhares de comunistas polacos antes da II Guerra Mundial, Dolores Ibarruri ou Santiago Carrillo , impávidos, que fizeram desaparecer em Moscovo dezenas de milhares de pessoas sem que se alguma vez tivessem alterado o seu frio cinismo.
Por isto, é muito importante discutir e debater estas questões hoje em dia. Porque é preciso recusar radicalmente qualquer forma de relativismo histórico, como o dos estalinistas reconvertidos, como é o caso do historiador Eric Hobsbawn, os quais afirmam quem é que poderia saber que Estaline era assim ou que o estalinismo era tão terrível.
Mas sabia-se, sabiam-no as milhões de vitimas nas quatro partes do planeta, sabiam-no e lutaram os milhares de anarquistas, trotsquistas, comunistas de esquerda que deram a sua vida pelas gerações futuras, para afirmarem que Estaline nada mais era que a negação sistemática do socialismo, que era necessário levantar bem alto a bandeira do socialismo e da dignidade humana mesmo que para isso tivessem de perder a sua própria vida. Afirmaram-no os milhares de trotsquistas que na URSS realizavam assembleias nos gulags, criavam periódicos clandestinos ou realizavam greves de fome como aconteceu na Sibéria, em Vorkuta, pelo trabalho só com 8 horas. Foram massacrados numa autêntica solução final, mas não foram os únicos. Desde o Vietname a França, da Grécia à China, desde Espanha à Bélgica ... os nossos companheiros marxistas revolucionários foram assassinados e massacrados porque eram considerados traidores à grande pátria soviética e ao pai de todos os povos ... Assassinados pelos “comunistas” estalinistas locais.
É a todos eles, a companheiros como Andreu Nin, a Ta Thu Tau, a Pietro Tresso, Christian Rakovsky, Leon Trotsky ... e a dezenas de milhares de desconhecidos que devemos continuar a afirmar, hoje em dia, o socialismo como esperança concreta e real. Porque demonstraram que é possível enfrentar o pior monstro para as classes oprimidas e gritar que não, que o socialismo é a libertação e a liberdade, o livre pensamento e a autodeterminação. E fizeram-no com o custo da sua vida, sacrificando a própria vida pelo bem do futuro, das gerações futuras que sabemos hoje poderiam ter sofrido ainda mais, não fosse a coragem de algumas dezenas de milhares de pessoas.
Em 1989 os povos de quase meio mundo selaram a sorte histórica do estalinismo com o derrube das estátuas do “pai de todos os povos” e com a destruição do seu regime burocrático desde Berlim a Moscovo.
No entanto, é importante não esquecer e aprender com a nossa história, a história da nossa espécie. O monstro estalinista deve-nos colocar em alerta contra toda a visão estatista e verticalista de mudança social, toda a forma de substituicionismo ou dos beneplácitos militares para mudar a sociedade, do tipo Chávez, contra o uso do terror mesmo que usado com finalidades de esquerda, desde as FARC colombianas até à ETA ... A história e a cultura humana viva são terrivelmente actuais e cremos nelas, mesmo quando em muitos foruns nos dizem que o movimento é tudo e o fim não é nada. Que podemos conviver em todos os foruns , ainda que alguns, nos seus fins, defendam no seu ADN a opressão.
Estaline e o estalinismo envenenaram literalmente uma parte significativa da esquerda e do movimento operário. Construíram jaulas sobre as consciências das classes mais baixas, gulags e chekas onde encarceraram dissidentes e revolucionários, uma prisão permanente para as sociedades sob a sua direcção, contra a livre iniciativa e pensamento. Os milhões de mortos durante o ano do grande terror (1936-37), os processos de Moscovo que assassinaram toda a velha guarda bolchevique sob os aplausos clamorosos e alegres do embaixador norte-americano e de Winston Churchill, porque assim se punha definitivamente fim às veleidades revolucionárias de Trotsky. As deslocações massivas de populações e de etnias, a loucura colectiva de viver sob a ameaça de que em qualquer momento ou em qualquer lugar qualquer pessoa podia ser vitima do tacão de ferro da burocracia, incluindo mesmo dezenas de milhares de burocratas que foram vítimas da máquina que com tanto afinco tinham ajudado a criar.
Personagens terríveis que conviveram com o assassino georgiano que ainda é necessário desmascarar como Palmito Togliatti, o qual na nossa Península actuou sob o nome de Ercole, dirigiu a política de extermínio e de massacre da revolução de 1936 ou que assinou o extermínio de dezenas de milhares de comunistas polacos antes da II Guerra Mundial, Dolores Ibarruri ou Santiago Carrillo , impávidos, que fizeram desaparecer em Moscovo dezenas de milhares de pessoas sem que se alguma vez tivessem alterado o seu frio cinismo.
Por isto, é muito importante discutir e debater estas questões hoje em dia. Porque é preciso recusar radicalmente qualquer forma de relativismo histórico, como o dos estalinistas reconvertidos, como é o caso do historiador Eric Hobsbawn, os quais afirmam quem é que poderia saber que Estaline era assim ou que o estalinismo era tão terrível.
Mas sabia-se, sabiam-no as milhões de vitimas nas quatro partes do planeta, sabiam-no e lutaram os milhares de anarquistas, trotsquistas, comunistas de esquerda que deram a sua vida pelas gerações futuras, para afirmarem que Estaline nada mais era que a negação sistemática do socialismo, que era necessário levantar bem alto a bandeira do socialismo e da dignidade humana mesmo que para isso tivessem de perder a sua própria vida. Afirmaram-no os milhares de trotsquistas que na URSS realizavam assembleias nos gulags, criavam periódicos clandestinos ou realizavam greves de fome como aconteceu na Sibéria, em Vorkuta, pelo trabalho só com 8 horas. Foram massacrados numa autêntica solução final, mas não foram os únicos. Desde o Vietname a França, da Grécia à China, desde Espanha à Bélgica ... os nossos companheiros marxistas revolucionários foram assassinados e massacrados porque eram considerados traidores à grande pátria soviética e ao pai de todos os povos ... Assassinados pelos “comunistas” estalinistas locais.
É a todos eles, a companheiros como Andreu Nin, a Ta Thu Tau, a Pietro Tresso, Christian Rakovsky, Leon Trotsky ... e a dezenas de milhares de desconhecidos que devemos continuar a afirmar, hoje em dia, o socialismo como esperança concreta e real. Porque demonstraram que é possível enfrentar o pior monstro para as classes oprimidas e gritar que não, que o socialismo é a libertação e a liberdade, o livre pensamento e a autodeterminação. E fizeram-no com o custo da sua vida, sacrificando a própria vida pelo bem do futuro, das gerações futuras que sabemos hoje poderiam ter sofrido ainda mais, não fosse a coragem de algumas dezenas de milhares de pessoas.
Em 1989 os povos de quase meio mundo selaram a sorte histórica do estalinismo com o derrube das estátuas do “pai de todos os povos” e com a destruição do seu regime burocrático desde Berlim a Moscovo.
No entanto, é importante não esquecer e aprender com a nossa história, a história da nossa espécie. O monstro estalinista deve-nos colocar em alerta contra toda a visão estatista e verticalista de mudança social, toda a forma de substituicionismo ou dos beneplácitos militares para mudar a sociedade, do tipo Chávez, contra o uso do terror mesmo que usado com finalidades de esquerda, desde as FARC colombianas até à ETA ... A história e a cultura humana viva são terrivelmente actuais e cremos nelas, mesmo quando em muitos foruns nos dizem que o movimento é tudo e o fim não é nada. Que podemos conviver em todos os foruns , ainda que alguns, nos seus fins, defendam no seu ADN a opressão.
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