2004-02-16

100.000 DESPEDIDOS EM 2003: O “Compromisso Portugal” ainda quer mais!...

Entre 2002 e 2003 os despedimentos aumentaram 20,5%.

Os despedimentos unilaterais são, por si, a segunda maior causa de desemprego, logo a seguir ao fim de trabalho não permanente (contratos a prazo).

Por iniciativa dos patrões 79.670 trabalhadores foram despedidos em 2003. Suplantando os 33.354 que foram para o despedimento pelo chamado “mútuo acordo”.

As falências aumentaram 137% no decurso do ano passado.

Clark, Melka, Finnex, Brax ... são o nome de muitos desses despedimentos!

Para os empresários bem falantes do chamado “Compromisso Portugal” esta realidade ainda não é suficiente para a realidade de mais despedimentos que pretendem. São empresários novos situados à direita do direitista Bagão Félix e têm em comum o nunca terem construído a pulso ... coisíssima nenhuma!

Os números vêm na edição de hoje do JORNAL DE NOTÍCIAS. Mas esta realidade é há muito conhecida e sentida por milhares de trabalhadores. É, no entanto, uma realidade ostensiva e cinicamente ignorada pelo “Compromisso Portugal”!

A solução para modificar esta realidade não passa pela manutenção da actual sociedade assente numa realidade económica consumista, liberal e capitalista. A esquerda tem a responsabilidade de propor mudança política, económica e social. De propor e explicar a necessidade de uma planificação democrática da economia. Da gestão dos recursos e das empresas com a participação activa de quem nelas trabalha. Esta é uma solução que não tem, obviamente, nada a ver com o modelo do actual governo ou dos ainda mais reaccionários empresários do “Compromisso Portugal”!

Finalizamos com o seguinte parágrafo do JN: “A situação tenderá a degradar-se com a liberalização das regras do comércio mundial em 2005, em que as indústrias têxtil e vestuário serão integradas na sua totalidade nas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). E a perspectiva para este ano não é muito melhor devido ao alargamento a Leste, que trará mais concorrência em vários sectores, e ao novo Código de Insolvência.”

O movimento popular internacional anti-globalização capitalista precisa urgentemente de saber e conseguir produzir uma alternativa socialista internacional! Mais acção, mais organização, mais capacidade de resposta política em vez de manifestações e mais manifestações...