2004-02-01

X CONGRESSO DA CGTP: UM BOM CONTRIBUTO PARA A MOBILIZAÇÃO DOS TRABALHADORES PARA UMA ALTERNATIVA À DIREITA!

O Congresso da CGTP e as principais intervenções de Carvalho da Silva, reeleito secretário-geral, são um bom contributo para a mobilização dos trabalhadores de uma forma unitária para uma alternativa de esquerda ao governo de Durão Barroso e Paulo Portas. As conclusões do congresso sublinham não só um plano de mobilizações em defesa do emprego e da justiça social, como salientam que outras políticas com o retorno do social ao centro das preocupações governamentais, só são possíveis com outro governo, resultado de uma alternativa política ao actual governo neo-liberal.

A luta por novas políticas não é projectada para um futuro indefinido, mas deve começar já a 11 de Março com a convocação de uma grande jornada nacional de luta envolvendo trabalhadores dos sectores público e privado, contra a redução dos direitos sociais, contra o pacote laboral e contra o aumento do custo de vida.

A convocação desta jornada de luta revela, na nossa opinião, uma posição de grande seriedade política da parte da direcção nacional da CGTP. A luta contra a ofensiva neo-liberal que se confunde com ataques à própria democracia que saiu do 25 Abril, exige posições e atitudes claras e não de meias-tintas...

A CGTP enquanto organização de trabalhadores que agrupa as principais tendências politico-sindicais da esquerda, tem um papel decisivo na capacidade unitária de definição de uma alternativa de esquerda ao governo de Durão e Portas. O X Congresso foi um passo de gigante na afirmação dessa capacidade unitária!

Para o dia 11 de Março, a CGTP deveria também convidar formalmente a UGT. No movimento sindical, a UGT é hoje uma força que não pode nem deve ser ignorada quando se avançam com jornadas de luta contra políticas anti-trabalhadores e por alternativas políticas que recoloquem o social como preocupação central de novas políticas governamentais.

Um trabalho conjunto de preparação da CGTP e da UGT na organização da jornada de luta de 11 de Março, garantiria um êxito com consequências políticas favoráveis a todos os trabalhadores.

As principais tendências politico-sindicais da esquerda deveriam também transmitir às direcções dos seus partidos a vontade unitária de mudança que atravessa todo o movimento dos trabalhadores. Uma vontade que deveria servir de exemplo, de modo a que as direcções partidárias acabassem com tiques e tricas que nada têm a ver com o pluralismo que deve existir à esquerda, mas antes, com a autêntica bebedeira parlamentar e o “clubismo” que parecem invadir nos momentos decisivos as direcções dos principais partidos de esquerda.

Nos ataques à Saúde, nas políticas que vão permitindo o fecho de empresas e o aumento brutal do desemprego, no aumento do custo de vida sem qualquer contrapartida quanto a aumentos salariais, na imposição de códigos laborais que reforçam o autoritarismo patronal, no ataque a tudo o que signifique conquistas sociais ... qualquer trabalhador vai perdendo a paciência para assistir a jogos parlamentares que nada resolvem, ainda por cima, com uma maioria absoluta de direita. É tempo para agir, é tempo para unir esforços para uma alternativa que mude radicalmente a destruição social perpetrada pelo actual governo neo-liberal de Durão Barroso e Portas!