UMA REFLEXÃO A PROPÓSITO DA BOL�VIA: A DEMOCRACIA DO LIBERALISMO NÃO É SOLUÇÃO!
"Na BolÃvia, que já era o paÃs mais pobre da América do Sul, o ultra-liberalismo da década de 90 agravou dramaticamente as condições de vida da maioria da população, constituÃda por cerca de 82% de Ãndios e mestiços. Segundo a CEPAL (Comissão Económica da ONU para a América Latina), entre 1982 e 2002, o rendimento "per capita" baixou 20% na BolÃvia, o desemprego duplicou e a desigualdade social "atingiu nÃveis sem precedentes"; 45,5% dos 8,5 milhões de bolivianos sobrevivem com menos de 450 dólares por ano e sofrem de subalimentação crónica, enquanto os 10% mais ricos açambarcam 37,2% do PIB - 50 vezes mais do que os 10% mais pobres. Um verdadeiro "genocidio social", denunciado pelas ONG e agências humanitárias."
E ... entretanto, a revolta popular dos mineiros, dos operários desempregados, dos camponeses e dos jovens bolivianos conseguiu a demissão do agora ex-Presidente Lozada que, por coincidência, se foi "exilar" (é precisa muita lata...) nos EUA do seu amigo Bush!
A imprensa portuguesa e europeia continua a apresentar a situação na BolÃvia, como apresentou anteriormente outra situação similar na Argentina: muita preocupação pela falta de resposta das chamadas instituições democráticas e maior preocupação ainda pelo sentido que estas revoltas populares podem assumir. Um dos rostos do contra-poder (é o que de facto existe!) é Evo Morales, lÃder sindical e dirigente do Movimento para o Socialismo!
Na BolÃvia assim como na Argentina, colapsou a receita de uma das instituições da globalização liberal: o FMI! Juntamente com o colapso da receita económico-financeira, tem vindo também a colapsar o modelo de organização polÃtica que a globalização liberal quer impor INDISTINTAMENTE em todo o Mundo: um modelo baseado no crescente deficite na participação cidadã nas chamadas instituições democráticas. Particularmente os trabalhadores têm estado a ser relegados para um tipo de organização onde os deveres são tudo e os direitos passaram a ser nada ou então algo meramente formal.
É neste quadro que a revolta popular na BolÃvia com a criação de orgãos de democracia baseados na participação directa e geral, é um ACTO DE AFIRMAÇÃO DEMOCRÃ�TICA para além de representar a afirmação da capacidade dos trabalhadores e dos jovens para definirem uma modelo alternativo ao liberalismo dominante.
O liberalismo tem imposto um sistema onde os recursos planetários são geridos por meia dúzia de entidades privadas. A consequência polÃtica deste sistema é a "oferta" de uma democracia com direitos não só diminuÃdos mas também controlados por um autêntico "big brother" planetário. O liberalismo do século XXI é um modelo crescentemente totalitário assente na brutalidade da resposta militar da única super-potência existente!
"A reacção começou a germinar em 2000 com as mobilizações populares contra a privatização da água, sob o lema RECUPERAR A BOLÃ�VIA PARA OS BOLIVIANOS. O tema do gás converteu-se numa questão histórica de soberania nacional, porque é o último e o único recurso do paÃs. Todos os partidos foram apanhados de supresa, foram ultrapassados e reconhecem-no" (in Expresso dd 18 de Outubro) Seria bom que estas palavras não caissem em saco roto por cá! Por esta Europa onde continua a moda de um modelo liberal campeão das privatizações "a torto e a direito" e onde polÃticamente é também crescente o alheamento popular do único direito reconhecido que são os actos eleitorais para Parlamentos que nada resolvem!
Não se pede que sejam os polÃticos de direita a descobrirem soluções. Têm demonstrado que acabam sempre por descobrir soluções antigas, mesmo que recauchutadas! Exige-se é que os dirigentes dos partidos à esquerda não afinem os seus programas, as suas polÃticas e as suas acções por diapasões onde as abstracções acabam por ser também a insistência em modelos que já provaram a sua falência! Enquanto durararem as incertezas e as indefinições polÃticas aumentará também o aparecimento daqueles que voltarão a propor o recurso a novos autoritarismos mesmo que populistas. Do tipo Manuel Monteiro ou Paulo Portas ou então com o recurso à ressurreição de algum caudilhismo!
A democracia do liberalismo e o liberalismo não são solução! Na BolÃvia como na Argentina, os trabalhadores e os jovens têm demonstrado que sabem criar democracia em toda a sua plenitude e sabem qual é a alternativa ao liberalismo! E não estão tão longe quanto pensamos...
Todos os movimentos populares de afirmação social e polÃtica alternativos devem demonstrar capacidade de coordenação para a definição de uma alternativa internacional de afirmação socialista, democrática e libertária ao liberalismo imposto por Bush, pelo FMI e pela OMC!
E ... entretanto, a revolta popular dos mineiros, dos operários desempregados, dos camponeses e dos jovens bolivianos conseguiu a demissão do agora ex-Presidente Lozada que, por coincidência, se foi "exilar" (é precisa muita lata...) nos EUA do seu amigo Bush!
A imprensa portuguesa e europeia continua a apresentar a situação na BolÃvia, como apresentou anteriormente outra situação similar na Argentina: muita preocupação pela falta de resposta das chamadas instituições democráticas e maior preocupação ainda pelo sentido que estas revoltas populares podem assumir. Um dos rostos do contra-poder (é o que de facto existe!) é Evo Morales, lÃder sindical e dirigente do Movimento para o Socialismo!
Na BolÃvia assim como na Argentina, colapsou a receita de uma das instituições da globalização liberal: o FMI! Juntamente com o colapso da receita económico-financeira, tem vindo também a colapsar o modelo de organização polÃtica que a globalização liberal quer impor INDISTINTAMENTE em todo o Mundo: um modelo baseado no crescente deficite na participação cidadã nas chamadas instituições democráticas. Particularmente os trabalhadores têm estado a ser relegados para um tipo de organização onde os deveres são tudo e os direitos passaram a ser nada ou então algo meramente formal.
É neste quadro que a revolta popular na BolÃvia com a criação de orgãos de democracia baseados na participação directa e geral, é um ACTO DE AFIRMAÇÃO DEMOCRÃ�TICA para além de representar a afirmação da capacidade dos trabalhadores e dos jovens para definirem uma modelo alternativo ao liberalismo dominante.
O liberalismo tem imposto um sistema onde os recursos planetários são geridos por meia dúzia de entidades privadas. A consequência polÃtica deste sistema é a "oferta" de uma democracia com direitos não só diminuÃdos mas também controlados por um autêntico "big brother" planetário. O liberalismo do século XXI é um modelo crescentemente totalitário assente na brutalidade da resposta militar da única super-potência existente!
"A reacção começou a germinar em 2000 com as mobilizações populares contra a privatização da água, sob o lema RECUPERAR A BOLÃ�VIA PARA OS BOLIVIANOS. O tema do gás converteu-se numa questão histórica de soberania nacional, porque é o último e o único recurso do paÃs. Todos os partidos foram apanhados de supresa, foram ultrapassados e reconhecem-no" (in Expresso dd 18 de Outubro) Seria bom que estas palavras não caissem em saco roto por cá! Por esta Europa onde continua a moda de um modelo liberal campeão das privatizações "a torto e a direito" e onde polÃticamente é também crescente o alheamento popular do único direito reconhecido que são os actos eleitorais para Parlamentos que nada resolvem!
Não se pede que sejam os polÃticos de direita a descobrirem soluções. Têm demonstrado que acabam sempre por descobrir soluções antigas, mesmo que recauchutadas! Exige-se é que os dirigentes dos partidos à esquerda não afinem os seus programas, as suas polÃticas e as suas acções por diapasões onde as abstracções acabam por ser também a insistência em modelos que já provaram a sua falência! Enquanto durararem as incertezas e as indefinições polÃticas aumentará também o aparecimento daqueles que voltarão a propor o recurso a novos autoritarismos mesmo que populistas. Do tipo Manuel Monteiro ou Paulo Portas ou então com o recurso à ressurreição de algum caudilhismo!
A democracia do liberalismo e o liberalismo não são solução! Na BolÃvia como na Argentina, os trabalhadores e os jovens têm demonstrado que sabem criar democracia em toda a sua plenitude e sabem qual é a alternativa ao liberalismo! E não estão tão longe quanto pensamos...
Todos os movimentos populares de afirmação social e polÃtica alternativos devem demonstrar capacidade de coordenação para a definição de uma alternativa internacional de afirmação socialista, democrática e libertária ao liberalismo imposto por Bush, pelo FMI e pela OMC!
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