Espanha: Há que votar contra a direita reacionária!
Wilebaldo Solano é dirigente da Fundação Andreu Ninn (FAN) e antigo dirigente do POUM. A propósito das próximas eleições no Estado Espanhol publicou no boletim da FAN um interessante artigo, um autentico manifesto, pleno de lucidez política e que deveria também ser um exemplo para todos aqueles que em Portugal anseiam por uma alternativa de esquerda ao actual governo de Durão Barroso e Portas. Governo que não hesitou em deslocar-se a Espanha para apoiar a campanha do partido de Aznar.
Eleições em Espanha em 14 de Março
Há que votar contra a direita reaccionária
Wilebaldo Solano(1)
Neste Boletim(2) não é habitual a tomada de posição sobre os problemas políticos correntes por importantes que sejam. Consideramos que esta tarefa corresponde geralmente a outras publicações ligadas à actualidade quotidiana. Mas a grave crise política que se abriu em Espanha com a perspectiva das eleições de 14 de Março obriga a dar um salto importante sem qualquer vacilação. Também temos obrigações quando está em causa a vida e o destino do nosso país.
As coisas são muito concretas. Depois de uma campanha oficial destinada aparentemente a elogiar a Constituição, organizada precisamente por alguns que a não votaram, o governo de Aznar e a direita reaccionária passaram a uma ofensiva brutal contra todas as forças que não se deixam enganar com histórias ridículas. Una onda de "patriotismo" da pior espécie estendeu-se pelo país depois do resultado das eleições da Catalunha, que puseram em relevo a possibilidade de se derrotar a direita reaccionária, de terminar com o governo de Aznar, era e é perfeitamente possível, como foi no caso do grupo de Pujol, que sustentou em Barcelona e em Madrid o Partido Popular durante largos anos.
Estes acontecimentos têm uma importância considerável. Por isso, o governo e o Partido Popular passaram da sua medíocre campanha e da sua ofensiva insolente ao ataque brutal e aos habituais truques a que nos têm acostumado (mentiras, insultos, truques policiais e dos serviços secretos) para acompanhar sua campanha "patriótica". Como são muito democratas tentam desfigurar a nova situação criada na Catalunha exagerando o sentido das aspirações do povo basco com a "sã" intenção de colocar uma barreira entre os diversos povos de Espanha.
Tudo isto é grave e coloca questões importantes. As respostas têm de ser imediatas. Chegou a hora de nos mobilizarmos e de votarmos sem vacilações. Os que ontem saíram às ruas para manifestar a sua oposição à guerra preventiva de Bush, os que souberam expressar sua resistência com a greve geral, os que se opõem à presença de tropas espanholas no Iraque e todos quantos recusam a política e a prática do grande capital devem estar à altura da nova situação. E, naturalmente, têm que votar contra a direita e as suas derivações. Nas circunstancias actuais, a abstenção dos que a praticam só porque não encontram candidatos apropriados, em consonância com as suas posições radicalmente anti-capitalistas e revolucionárias, sería inadmissível. Desta vez, à falta dos candidatos que muito desejaríamos, há um objectivo muito claro: ¡Fogo contra a direita reaccionária em 14 de Março!
(1) Antigo dirigente do POUM; Dirigente da Fundação Andreu Ninn
(2) O Boletim electrónico da FAN : ver em http://www.fundanin.org/
Tradução de João P Freire
Eleições em Espanha em 14 de Março
Há que votar contra a direita reaccionária
Wilebaldo Solano(1)
Neste Boletim(2) não é habitual a tomada de posição sobre os problemas políticos correntes por importantes que sejam. Consideramos que esta tarefa corresponde geralmente a outras publicações ligadas à actualidade quotidiana. Mas a grave crise política que se abriu em Espanha com a perspectiva das eleições de 14 de Março obriga a dar um salto importante sem qualquer vacilação. Também temos obrigações quando está em causa a vida e o destino do nosso país.
As coisas são muito concretas. Depois de uma campanha oficial destinada aparentemente a elogiar a Constituição, organizada precisamente por alguns que a não votaram, o governo de Aznar e a direita reaccionária passaram a uma ofensiva brutal contra todas as forças que não se deixam enganar com histórias ridículas. Una onda de "patriotismo" da pior espécie estendeu-se pelo país depois do resultado das eleições da Catalunha, que puseram em relevo a possibilidade de se derrotar a direita reaccionária, de terminar com o governo de Aznar, era e é perfeitamente possível, como foi no caso do grupo de Pujol, que sustentou em Barcelona e em Madrid o Partido Popular durante largos anos.
Estes acontecimentos têm uma importância considerável. Por isso, o governo e o Partido Popular passaram da sua medíocre campanha e da sua ofensiva insolente ao ataque brutal e aos habituais truques a que nos têm acostumado (mentiras, insultos, truques policiais e dos serviços secretos) para acompanhar sua campanha "patriótica". Como são muito democratas tentam desfigurar a nova situação criada na Catalunha exagerando o sentido das aspirações do povo basco com a "sã" intenção de colocar uma barreira entre os diversos povos de Espanha.
Tudo isto é grave e coloca questões importantes. As respostas têm de ser imediatas. Chegou a hora de nos mobilizarmos e de votarmos sem vacilações. Os que ontem saíram às ruas para manifestar a sua oposição à guerra preventiva de Bush, os que souberam expressar sua resistência com a greve geral, os que se opõem à presença de tropas espanholas no Iraque e todos quantos recusam a política e a prática do grande capital devem estar à altura da nova situação. E, naturalmente, têm que votar contra a direita e as suas derivações. Nas circunstancias actuais, a abstenção dos que a praticam só porque não encontram candidatos apropriados, em consonância com as suas posições radicalmente anti-capitalistas e revolucionárias, sería inadmissível. Desta vez, à falta dos candidatos que muito desejaríamos, há um objectivo muito claro: ¡Fogo contra a direita reaccionária em 14 de Março!
(1) Antigo dirigente do POUM; Dirigente da Fundação Andreu Ninn
(2) O Boletim electrónico da FAN : ver em http://www.fundanin.org/
Tradução de João P Freire
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home