2003-10-20

AINDA A PROPÓSITO DE UM CONGRESSO EXTRAODINÁRIO DO PS...

Um Congresso não serve somente para se escolher uma direcção ou o secretário-geral de um partido. No Partido Socialista, o que é prioritário é a discussão generalizada a todo o partido de um programa e políticas de acção que sirvam para mobilizar a sociedade portuguesa numa perspectiva de profunda transformação.

A acção do Partido Socialista não pode estar confinada nem espartilhada pela acção parlamentar. É necessário redescobrir a acção nas ruas, nas empresas, nas escolas ... onde estão os trabalhadores e os jovens que são afinal aqueles que sistematicamente têm votado PS contra a direita na esperança da execução de uma política que depois nunca vem!

O PS deve saber questionar, através de toda a sua estrutura – militantes, núcleos, secções, concelhias e federações – todos os problemas que se colocam nos planos social, político, económico e cultural.

O exercício da acção política relevante e decisiva não deve ser exclusivo de quem é mediáticamente conhecido. Os simpatizantes e os militantes devem sentir que é possível a sua acção e que dessa acção é possível extrair resultados concretos. Isto não tem acontecido no PS que se tem comportado como um partido igual a qualquer outro, totalmente subordinado e condicionado àquilo que qualquer um chama hoje de “jogatanas dos políticos”.

A Justiça decidida e só discutida pelos Juizes e outros agentes judiciários, a Economia só decidida e discutida pelos banqueiros, economistas e grandes quadros de empresas, as Forças Armadas só decididas e discutidas pelo ministro Paulo Portas (ouvido o “mestre” Bush) e pelas altas patentes militares, ..., a vida assim organizada corresponde a uma sociedade onde a democracia é só uma formalidade e uma fachada, onde o comum das pessoas – os trabalhadores e os jovens – não participa porque não pode ou porque participando é como se não o fizessem!

O Partido Socialista também deveria ter uma palavra a dizer sobre isto, uma palavra mobilizadora numa perspectiva de definição e construção de uma alternativa de esquerda e socialista ao governo de direita.

E o Congresso é o local ideal. O Congresso é o ponto de partida capaz de envolver todos os militantes.

O actual momento que se vive na sociedade portuguesa, justifica a convocação de um Congresso extraordinário do PS.

O que se passa na sociedade portuguesa é o culminar de um processo que pretende desacreditar a democracia, pretende matar o que cheire ou ainda sobre nascido em Abril de 1974, misturando-se criminosamente o que não se devia ... mas isto é o que o liberalismo consegue nos dias da globalização!



Um Congresso Extraordinário do PS é uma exigência, não para se discutirem nomes, mas se decidirem programas e políticas que mobilizem e transformem a sociedade portuguesa.