Uma Internacional Socialista para transformar o mundo??...
Filipe Santos Costa, do "Gabinete do Presidente da Internacional Socialista", assinou na edição de Domingo do Público (26 de Outubro de 2003) um artigo com o titulo "Uma Internacional Socialista para transformar o mundo".
Escrito a propósito do próximo Congresso da Internacional Socialista (IS), a realizar em 27 e 28 de Outubro, em São Paulo, o artigo desperta alguma curiosidade pela forçaa do título, a qual é totalmente anulada com a sua leitura.
Seria, de facto, um acontecimento histórico sem precedentes que da reunião magna internacional da IS saísse "uma coligação global de forças e individuos progressistas para a promoção de uma nova ordem mundial". No entanto, até o modo como é definida a IS - "coligação global de forças e individuos" - faz, desde logo, duvidar do conteudo e do alcance do titulo do artigo.
Uma Internacional que se preocupe com a "transformação do mundo" é muito mais que uma "coligação" de forças e individuos. Seria preciso que essas forças e esses individuos fossem também nos seus países, agentes de mudançaa e de transformação social profundas.
Analisando alguns dos dirigentes da IS - como é o caso de um dos seus vice-presidentes, Tony Blair - a duvida quanto ao titulo passa, desde logo, a certeza sobre a incapacidade da IS promover qualquer transformação do Mundo.
Grande parte do artigo, é também de elogio e satisfação pela próxima adesão ou aproximação do "Partido Democrata dos EUA" à IS. Temos alguma dificuldade em descobrir neste partido alguma tradição socialista, para além de não nos lembrarmos de alguma acção política socialista por parte do último Presidente democrata, Bill Clinton.
Para "transformar o Mundo", o autor do artigo nomeia como umas das principais iniciativas da IS, reuniões com o FMI, Banco Mundial, OMC e ONU ... Numa altura em que a mobilização popular internacional contra a globalização liberal-capitalista atinge níveis nunca dantes vistos, demonstrando que é possível, sem cedências, a construção de um outro Mundo, os dirigentes da IS parece que querem provar que o FMI e o Banco Mundial, ou seja, o nucleo duro do liberalismo globalizado, também têm uma palavra a dizer na "transformação do Mundo"...
Um marco para o autor do artigo, será o discurso do Presidente Lula e a presença do Presidente Mbeki, da África do Sul. Será que Lula explicará como é que conseguiré eliminar a fome no Brasil recorrendo ás suas novas opções neo-liberais em matéria de politica económica e financeira? Ou será que o Presidente sul-africano aproveitará para divulgar um novo empenhamento na luta contra a sida no seu País?
A realidade demonstra infelizmente que a IS não tem nem forças nem individuos com um programa internacional ou com politicas e acções capazes de mobilizar mulheres e homens para a transformação do Mundo numa perspectiva democrática e socialista.
A IS, a começar pelo seu Presidente Guterres, é uma organização que está históricamente condicionada por jogos de interesses contrários que têm como consequência uma acção que tem como único resultado a manutenção das condições em que assenta a globalização liberal.
A transformação do Mundo num contexto de globalização capitalista precisa de uma organização socialista internacional que se afirme como alternativa e consiga, de uma forma democrática e não autoritária, coordenar as actuais mobilizações e lutas populares que acontecem nos quatro cantos do planeta.
A IS falha como organização capaz de transformar o Mundo, porque os seus dirigentes e organizações nacionais falham liminarmente como entidades de mudança nos seus próprios países!
Elucidativo sobre a acção da IS, será a posição que esta organização tomará, por exemplo, quanto ao Forum Social Europeu que terá lugar em Paris nos próximos dias 12 a 15 de Novembro!
Escrito a propósito do próximo Congresso da Internacional Socialista (IS), a realizar em 27 e 28 de Outubro, em São Paulo, o artigo desperta alguma curiosidade pela forçaa do título, a qual é totalmente anulada com a sua leitura.
Seria, de facto, um acontecimento histórico sem precedentes que da reunião magna internacional da IS saísse "uma coligação global de forças e individuos progressistas para a promoção de uma nova ordem mundial". No entanto, até o modo como é definida a IS - "coligação global de forças e individuos" - faz, desde logo, duvidar do conteudo e do alcance do titulo do artigo.
Uma Internacional que se preocupe com a "transformação do mundo" é muito mais que uma "coligação" de forças e individuos. Seria preciso que essas forças e esses individuos fossem também nos seus países, agentes de mudançaa e de transformação social profundas.
Analisando alguns dos dirigentes da IS - como é o caso de um dos seus vice-presidentes, Tony Blair - a duvida quanto ao titulo passa, desde logo, a certeza sobre a incapacidade da IS promover qualquer transformação do Mundo.
Grande parte do artigo, é também de elogio e satisfação pela próxima adesão ou aproximação do "Partido Democrata dos EUA" à IS. Temos alguma dificuldade em descobrir neste partido alguma tradição socialista, para além de não nos lembrarmos de alguma acção política socialista por parte do último Presidente democrata, Bill Clinton.
Para "transformar o Mundo", o autor do artigo nomeia como umas das principais iniciativas da IS, reuniões com o FMI, Banco Mundial, OMC e ONU ... Numa altura em que a mobilização popular internacional contra a globalização liberal-capitalista atinge níveis nunca dantes vistos, demonstrando que é possível, sem cedências, a construção de um outro Mundo, os dirigentes da IS parece que querem provar que o FMI e o Banco Mundial, ou seja, o nucleo duro do liberalismo globalizado, também têm uma palavra a dizer na "transformação do Mundo"...
Um marco para o autor do artigo, será o discurso do Presidente Lula e a presença do Presidente Mbeki, da África do Sul. Será que Lula explicará como é que conseguiré eliminar a fome no Brasil recorrendo ás suas novas opções neo-liberais em matéria de politica económica e financeira? Ou será que o Presidente sul-africano aproveitará para divulgar um novo empenhamento na luta contra a sida no seu País?
A realidade demonstra infelizmente que a IS não tem nem forças nem individuos com um programa internacional ou com politicas e acções capazes de mobilizar mulheres e homens para a transformação do Mundo numa perspectiva democrática e socialista.
A IS, a começar pelo seu Presidente Guterres, é uma organização que está históricamente condicionada por jogos de interesses contrários que têm como consequência uma acção que tem como único resultado a manutenção das condições em que assenta a globalização liberal.
A transformação do Mundo num contexto de globalização capitalista precisa de uma organização socialista internacional que se afirme como alternativa e consiga, de uma forma democrática e não autoritária, coordenar as actuais mobilizações e lutas populares que acontecem nos quatro cantos do planeta.
A IS falha como organização capaz de transformar o Mundo, porque os seus dirigentes e organizações nacionais falham liminarmente como entidades de mudança nos seus próprios países!
Elucidativo sobre a acção da IS, será a posição que esta organização tomará, por exemplo, quanto ao Forum Social Europeu que terá lugar em Paris nos próximos dias 12 a 15 de Novembro!
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