2003-11-17

O PS QUER A "MAIORIA ABSOLUTA": COMO E PARA QUÊ?

O Congresso extraodinário não foi convocado, os militantes do PS não foram ouvidos ... mas o secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, já sabe que “o” PS quer, nas próximas eleições legislativas a “maioria absoluta”!

Fica a questão: com que política e com que capacidade de mobilização da parte dos militantes e, sobretudo, das mulheres e homens que querem terminar com os dias do governo de direita?

As diversas direcções do PS têm tido o péssimo hábito, ao longo dos anos e, pelos vistos, sem aprender com erros passados, de decretarem objectivos sem definirem políticas e sem envolverem democráticamente os militantes do Partido. Os resultados são conhecidos ...

Depois de uma experiência vitoriosa da direita unida (por sinal, a segunda desde o 25 de Abril de 1974!), é incompreensível que a esquerda não consiga dar mostrar de capacidade de diálogo (quanto mais não seja este simples passo: capacidade de diálogo!) para a tentativa de definição de uma alternativa política ao governo PSD/CDS.

Já o dissemos e repetimos: os principais partidos da esquerda sofrem de uma doença própria dos futebóis, a que se dá o nome de “clubite”!!

E as “clubites” em política, dão sempre asneira!

A vontade expressa por Ferro Rodrigues de conquista da maioria absoluta por parte do PS, é um fechar de portas ao diálogo à esquerda e é o retomar de um caminho que normalmente tem levado o Partido Socialista, uma vez governo, a políticas de ziguezague, com as quais toca muito mais vezes à direita do que à esquerda!

O Partido Socialista como principal partido à esquerda, como grande partido de mulheres e homens que querem a mudança, só teria a ganhar com uma política mobilizadora para a definição de uma alternativa de esquerda.

Uma alternativa de esquerda que galvanizasse TODA a esquerda, que criasse um forte movimento social para políticas de mudança, que juntasse socialistas, comunistas, bloquistas e todas e todos as mulheres e homens que querem acabar com a fúria destruidora do actual governo e desse um sinal de continuar, no século XXI, a transformação iniciada em Abril de 1974!

Seria de uma acção deste tipo e das políticas que essa acção iniciaria, que toda a direita teria medo e que a maioria das pessoas deste País apoiaria de uma forma entusiasta.

É uma pena que Ferro Rodrigues desperdice mais uma oportunidade, é lastimável que a desperdice não ouvindo os militantes, é preocupante que demonstre tão grande desconhecimento pelo sentir social dos que querem mudar!