2003-08-01

PARA PENSAR UM POUCO ... APESAR DE ESTARMOS EM AGOSTO!!

Está convencionado que Agosto é um mês de férias. E pronto! Embora se saiba que as misérias deste Mundo liberal não escolhe "férias" ... duram sempre!
Vale a pena pensar um pouco no seguinte, tentando descobrir formas de agir. O importante é mesmo agir, não nos deixarmos acomodar.
As trabalhadoras da BAWO conseguiram retomar os seus postos de trabalho! Uma delas em declarações a um dos canais de televisão dizia com a convicção a que a força das suas palavras convidam: VALE A PENA LUTAR; SEM LUTA NADA SE CONSEGUE! De facto, não é preciso dizer muito mais. Só acrecentar: ... e as trabalhadoras souberam estar unidas!
O triste espectáculo de um poder judicial que se desculpa com "leis mal feitas por políticos" continua. Continuam as escutas telefónicas com direito a divulgação na imprensa escrita e televisionada. E ainda falam em segredo de justiça!... Não se sabe se as consequências de tudo isto será nada se fazer contra a pedofilia ou então, ao mesmo tempo ou não, tramar pública e eternamente uns quantos só porque são poderosos... mas será que todo este triste espectaculo se pode resolver com Manifestos ou jantares presidenciais? Não seria mais eficaz apostar numa forma de tornar possível a participação dos cidadãos? Participação na sociedade em geral, nos seus locais de trabalho, nas escolas, nos espaços habitacionais! Será que este Estado formalmente democrático, crescentemente autoritário em nome de muito coisa como eficiência, como contenção de custos, como firmeza estaria disposto a aceitar um desafio destes? Na nossa opinião o liberalismo não é reformável. Ou seja, não acreditamos que seja possível quadrar o círculo! Faz falta capacidade e vontade para a criação de uma ALTERNATIVA DE MUDANÇA, DE CRIAÇÃO DE NOVAS REALIDADES SOCIAIS, POLITICAS, ECONÓMICAS E CULTURAIS ... algo a que continuamos a chamar Socialismo!
No Médio Oriente, Israel continua a construir o seu muro! Aparentemente O Sr.Bush é contra, mas parece que só ... aparentemente! Sharon vai aos EUA e sai de lá soridente ... Na Palestina continua um povo adiado, ocupado e reprimido com a eterna cobertura das principais potencias ocidentais!
Por este Planeta fora será que não há força capaz de acabar com esta realidade liberal que continua a criar miséria, guerra e caos? Não é possível coordenar esforços?

2003-07-29

FAZ FALTA UM MARX E UM KROPOTKIN!

O texto que se publica é retirado do portal da FUNDACIÓN ANDREU NIN. Está em castelhano, mas será incluído no número de Setembro de 2003 do TRIBUNA SOCIALISTA, em português. Para já, convidam-se todos os socialistas, marxistas e anarquistas, a comentarem criticamente este actualissimo trabalho de Victor Alba. Enviem os vossos comentários, quaisquer que sejam, para os nossos e.mails. Serão publicados na íntegra aqui neste blog que é também um espaço para o debate e a renovação do Socialismo.
Então, leiam e comentem!

Se necesitan un marx y un kropotkin, de Victor Alba


Artículo publicado en el diario Avui el 8 de agosto de 2001. Traducción de Margarita Díaz.

Hace unas semanas veíamos por la televisión las desocupaciones de los okupas y a los que lanzaban piedras contra los escaparates y los bancos (okupas o policías disfrazados o ambos a la vez). Después, cuando veíamos también por televisión a los policías embistiendo a golpes de porra y tiros a los manifestantes de Génova contra la globalización, y algunos de estos manifestantes (o quizás policías italianos disfrazados o ambos a la vez) rompiendo los vidrios de los escaparates, me entraban ganas de poner un anuncio en los diarios que dijera: “Se necesitan, urgentemente, un marx y un kropotkin”.

Sí, así, en minúscula, pues tal y como están las cosas lo que hace falta no es un Karl Marx o un Piotr Alekseiévitx Kropótkin, sino alguien que haga ahora, como si fuera un oficio, lo que hicieron Marx y Kropotkin en su tiempo. Necesitamos, con urgencia, un nuevo Capital y una nueva Conquista del pan, si no queremos que los movimientos antiglobalización se vayan al garete y los jóvenes, miles y miles, que lo forman, se conviertan, desilusionados, en destrozadores de vidrios unos o, la mayoría, en yuppies.

No basta con reprimir a los rompedores de vidrios que ponen en peligro el movimiento antiglobalizador. Ellos nos contestarán que sin romper vidrios nadie hablaría de este movimiento (y puede que tengan razón, cosa no muy halagadora para la prensa, la radio y la televisión actuales).

Hay que analizar por qué son violentos, qué frustraciones les llevan a no confiar ni en la discusión ni en la presión popular. Y hay que ver que parte les corresponde en esto a los mismos contra los cuales lanzan las piedras. Pues, hasta ahora, a pesar de las buenas palabras vacías de Génova, los globalizadores no han hecho ningún caso a las manifestaciones pacíficas. ¿Os extraña que haya frustrados que se decanten por la violencia y que se dejen provocar por los infiltrados que quieren desprestigiar al movimiento?

A fin de cuentas, esto mismo lo vimos hace muchos años con los anarquistas –aunque entre ellos la violencia era individual- y también con algunos nacionalistas (¿recordáis aquel Sarajevo que fue el pretexto para la Primera Guerra Mundial?).

Es aquí, justamente, donde hacen falta kropotkins y marxs.

Miremos la historia. No ha habido ningún movimiento serio y con posibilidades de éxito sin teorías que los orientaran. Teorías que dijeran por qué las cosas eran como eran, que añadieran cómo querrían que fueran y que discutieran cómo podría conseguirse que llegaran a ser. Para los marxistas, la raíz de todos los males era la propiedad privada; para los anarquistas lo era la autoridad. Pero ambos aspiraban a sociedades sin autoridad y sin propiedad privada.

Ahora las cosas, claro está, son diferentes. Pero sigue vigente la necesidad de saber por qué hemos llegado a esto que llaman globalización (nombre tramposo, pues de hecho lo que los globalizadores quieren es engullirlo todo, comerse el mundo entero) y de afirmar que los verdaderos globalizadores son, justamente, los antiglobalizadores, que querrían un solo mundo, en lugar de un Primer y un Tercer Mundo.

No es suficiente con esto. Hay que encontrar explicaciones de por qué nuestra sociedad y nuestra economía hacen necesaria la globalización, explicaciones que no sean tan engañosas como el deseo de civilizar de los colonialistas del siglo XIX. Sin encontrar explicaciones, nos tendremos que contentar con manifestaciones. Por ello, para esclarecer todas estas cosas y muchas otras, hacen falta marxs y kropotkins, analistas de la realidad, capaces de hacer propuestas sobre a dónde ir y cómo, propuestas capaces de atraer y movilizar a las multitudes no solamente por sentimientos, sino también por razonamientos, y también convertir en militantes a los que ahora lanzan piedras.

Un indicio de que los antiglobalizadores tienen futuro sería, justamente, que entre ellos surgieran estos kropotkins y estos marxs que nos faltan y que los supieran escuchar. Esa sería la prueba de la madurez y la eficacia del movimiento y le abriría las puertas del futuro.

Toquemos madera, crucemos los dedos y pongamos la mano detrás de la oreja por si hay voces que nos hablan del futuro y no las hemos oído.




2003-07-28

O DEBATE SOBRE A JUSTIÇA E ... O ESTADO!

O reconhecimento de que é necessário um debate sobre a Justiça é sempre acompanhado de grandes formalismos e mesuras face aos Exmos. Juízes! Fala-se da Justiça e não se fala do Estado em geral. Não se fala, por exemplo, de reformas que nunca foram feitas desde o 25 de Abril de 1974. Reformas profundas que tivessem acompanhado, pelo menos, a vontade de revolução que invadiu as ruas, as empresas, as escolas, as proprias Forças Armadas. Parece que os Juízes ficam, como que por magia, à parte e imunes a qualquer debate. Mas porquê? É claro que não faz sentido. Nenhum! Para "não se perturbar a Justiça"... diz-se! Mas será que a Justiça pode perturbar os cidadãos? Será que as decisões que toma são ... "imperturbáveis"???
O acesso à Justiça não é "democrático" e, além do mais, é classista! Um inquérito revelado pelo "Jornal de Notícias", de 27 do corrente, revelava que a maioria dos inquiridos é de opinião que a melhor forma para se resolver um caso em Tribunal é ter-se um bom advogado e ter-se dinheiro!!
A Justiça e o acesso a ela espelha também o aparelho de Estado que temos e o crescente deficit em matéria de direitos sociais e democráticos para a maioria dos cidadãos.
Voltaremos a este assunto!

2003-07-27

SOBRE CUBA ... (retirado do folheto electrónico de Agosto de TRIBUNA SOCIALISTA)

"Em Cuba, Bush e Fidel Castro parecem empenhados em prosseguir com o sofrimento do povo cubano. Com um bloqueio injustificável e sinónimo de puro acto dictatorial e imperial, por um lado, e, com a incapacidade de retomar o verdadeiro Curso e rumo da Revolução Cubana, por outro lado! A solidariedade com o Povo Cubano, contra o bloqueio imperialista, e, contra o totalitarismo castrista, têm de prosseguir!
Democracia e Socialismo são a alternativa para trazer de volta a Revolução Cubana e para dar ao continente americano outro rumo e outra vida!"

Esta posição do TRIBUNA SOCIALISTA tem gerado várias críticas de sectores ligados ao PCP e também a diversas correntes trotsquistas.
Qual deverá ser a posição da esquerda face a Cuba?
Será que não é possível ser de esquerda e ser oposição a Fidel?
Será que ser oposição é ser "automáticamente" pró-americano ou "reacionário"?
Será que é possível considerar Fidel como "socialista" ou como "comunista"?
Será que são "aceitáveis" as execuções de oposicionistas ou a inexistência de liberdades políticas, numa perspectiva socialista?
Será que Fidel é "intocável" só porque Cuba sofre um bloqueio imperialista de décadas?
O debate sobre Cuba deve mobilizar a esquerda. Sobre Cuba, na opinião do TRIBUNA SOCIALISTA, não deve ser levantado um bloqueio de silêncio por parte das correntes da esquerda pró-Fidel, tal como sucedeu com essas mesmas correntes, no passado, relativamente à URSS e a Estaline.
O debate é uma exigência!
O TRIBUNA SOCIALISTA é publicado em papel com uma periodicidade mensal e está aberto ao contributo de todas as mulheres e homens de esquerda que buscam no socialismo a alternativa internacional e nacional para um liberalismo que se tem encarregado de trazer o caos, a miséria e a guerra ao dia-a-dia do Planeta.
Perante as correntes social-democrata e estalinista, que continuam a ter um peso importantissimo dentro do movimento socialista internacional, o Tribuna Socialista adopta uma posição de crítica frontal, mas também de respeito, no debate permanente que propomos com os militantes socialistas e comunsitas.
Assumimos perante a direita e os representantes do capitalismo, uma clara e inequivoca independencia. O liberal-capitalismo não é solução!
O debate que propomos é feito a partir da realidade concreta do processo de luta de classes nacional e internacional e não deve ser confundido com uma interminável discussão, incapaz de tirar qualquer tipo de conclusão. O Tribuna Socialista procura, com a sua acção, dar um contributo, por pequeno que seja, para um esforço de convergência e de afirmação socialistas!
Para a alternativa socialista consideramos que nenhuma corrente ou tendência pode reinvidicar para si e ou perante as outras, a qualidade de portadora de qualquer "verdade histórica" ou reinvidicar-se como "vanguarda" do que quer que seja. Todas as correntes são necessárias e nenhuma, só por si, é importante.
Para a alternativa socialista que queremos, o Tribuna Socialista procura o contributo de todas as correntes socialistas, comunistas e libertárias que rejeitem qualquer totalitarismo e procurem, através da sua acção diária, um projecto radicalmente diferente do liberal-capitalismo, nunca comprometendo o pluralismo político e as liberdades democráticas.
TRIBUNA SOCIALISTA
Espaço Socialista para o Debate e a Renovação do Socialismo