2003-12-24

Um aumento de 9 Euros: a prenda que Durão Barroso deu aos trabalhadores portugueses ...

O salário mínimo nacional (SMN) vai ser aumentado em 9 Euros ... Poder-se-ia acrescentar que serão mensalmente uns míseros cêntimos diários. Não vale a pena ir por esse lado, já que, por outro, também se obtém o resultado que diz tratar-se do mais miserável aumento que o SMN alguma vez experimentou!

Durão Barroso e Paulo Portas, coadjuvados pela Manuela Ferreira Leite e por Bagão Félix, vão mostrando aos mais incrédulos o que quer este governo e qual o sentido das suas políticas: mentira, miséria, destruição de tudo o que cheire a social ...

A resposta da CGTP e da UGT são, essas sim, motivo de esperança para os trabalhadores em 2004. Espera-se que a convergência das palavras dê lugar à convergência na acção contra este governo e contra as suas políticas !

Nesta véspera de Natal, fica também a acção dos trabalhadores desempregados pelo fecho de empresas ao longo deste ano que vai terminar.

Salários de miséria e desemprego a aumentar são razões mais do que suficientes para que se trabalhe e aja para que este governo não chegue ao fim da legislatura. Mais importante que o formalismo do parlamentarismo, é a acção contra as causas sociais que podem fazer perigar as razões de uma democracia que não se quer só formal ...

2003-12-22

A PROPÓSITO DO Conceito Estratégico Militar (CEM): ESTE GOVERNO NÃO CUMPRE AS MAIS ELEMENTARES REGRAS DA DEMOCRACIA!

Para a discussão de uma lei que será pública e nacional, o ministro Paulo Portas, em nome do governo, resolveu excluir o PCP e o Bloco de Esquerda (BE) da discussão do denominado Conceito Estratégico Militar. Excluiu aqueles partidos porque são partidos que têm uma posição diferente do ministro!

Com Paulo Portas assim como com qualquer liberal, a democracia serve somente para exibir e não para praticar! Ou melhor, a democracia é só para os que pensam da mesma maneira, da mesma forma ...

O PS aceitou o convite do governo e, na nossa opinião, fez mal! Muito mal!! Porque o PS tem, de uma vez por todas, de demonstrar, nas palavras e nos actos, que a democracia que pretende não tem nada a ver com a democracia que os partidos do governo e este governo querem. A abstracção que a direcção do PS pratica em momentos decisivos não contribuem em nada para a única credibilização política de que o Partido Socialista precisa: a de um partido de esquerda com uma base social que quer a mudança!

Participando numa reunião que o ministro Paulo Portas queria secreta de todos os portugueses, o Partido Socialista deveria ter divulgado o que lá se divulgou, discutiu ou palavrou. E não o fez. Mais uma vez fez mal e muito mal! Porque os portugueses têm o direito a saber o que é decidido em nome deles. Até porque a defesa nacional ou qualquer outro assunto nacional não é pertença ou propriedade deste ou de qualquer outro governo!

2003-12-21

FERRO RODRIGUES: Será que o governo de direita vai mesmo mudar de política??...

«O líder socialista fez votos que, em 2004, o Governo da coligação PSD/CDS-PP "aprenda com os seus erros e possa mudar a sua política, de forma a que a tendência para o aumento do desemprego se inverta e os salários possam subir".

Quanto ao partido que lidera, Ferro Rodrigues manifestou o seu convencimento de que, "em 2004, o PS vai continuar a afirmar-se como grande partido da oposição, um grande partido de esperança e de alternativa a este governo".»

(in Público, Última Hora, 21 de Dezembro 03)


Quem viu o seu salário diminuir em 2003, quem foi lançado no desemprego, quem sentiu que a saúde estava mais distante, quem notou que os impostos são severamente impostos aos nunca podem poupar, ..., quem reparou que o governo de direita de Durão Barroso e Paulo Portas é o governo da destruição de tudo o que cheire a politicas sociais, porque são consideradas "caras", ficará com muitas dúvidas sobre o êxito dos votos formulados por Ferro Rodrigues.

Porque o actual governo não é reformável, é teimoso e certamente não acolhe as vontades de mudança de política daqueles que querem políticas que promovam o social. Ou seja, um governo que é de direita, satisfaz a direita e atende aos pedidos dos sectores mais reacionários é um governo que deve ser demitido quanto antes!

Para demitir o governo, não é preciso esperar pelas próximas eleições para a Assembleia da Republica. Só é para quem reduz a política aos jogos parlamentares ... A CGTP demonstrou em 2003 que é possível lutar com êxito. A UGT já afirmou que está disposta, já no ínicio de 2004, a apoiar uma Greve Geral se o Governo persistir na sua política anti-social e anti-laboral.

Os partidos de esquerda com representação na Assembleia da Republica devem apoiar as iniciativas do movimento sindical. A agenda política em 2004 deve ser ditada pelo movimento social e laboral e não pela maioria de direita no Parlamento.

PS, PCP e Bloco de Esquerda têm uma responsabilidade perante todos aqueles que estão FARTOS de políticas de direita e liberais.

Para uma alternativa de esquerda, com programa e políticas de mudança, 2004 exigirá convergências construtivas no movimento sindical e entre os diversos partidos, grupos e mulheres e homens de esquerda!

NOS 30 ANOS DA LCI/PSR ...

Antes de mais, é sempre de saudar quem consegue manter 30 anos de boa tradição de combate no seio da esquerda sem se ter passado para o lado do liberalismo e da direita.

Os companheiros que fundaram a LCI há 30 anos, ainda aí estão, agora mais no Bloco de Esquerda, com clara e dedicada militância de esquerda!

Em 30 anos, nota-se também que souberam aprender que o sectarismo e o esquerdismo não ajudam a construir nada de políticamente interessante. O importante é saber ser-se convictamente socialista e de esquerda estando sempre em contacto com o movimento de massas, com as suas organizações e não à margem delas. É entre os trabalhadores e os jovens, compreendendo as suas dificuldades e as suas diferenças, que se torna importante saber construir uma alternativa socialista, libertária e revolucionária.

Os companheiros que fundaram a LCI / PSR souberam também mostrar que a tradição revolucionária e criativa do marxismo não estava e não está nem do lado do estalinismo. Embora tenham também existido e existem militantes e grupos que souberam e sabem afirmar as tradições do marxismo revolucionário no seio dos partidos da esquerda tradicional, como o PS e o PCP.

O Bloco de Esquerda é uma experiência que, de algum modo, marcou uma nova atitude de militância convergente e não sectária da parte de pessoas com percursos diferentes, entre elas, as que provinham da LCI/PSR. Por isso, foi e é uma experiência importante para toda a esquerda. Embora o BE esteja longe de ser a “esquerda necessária”! Já que todas as esquerdas são necessárias para o grande objectivo que pode garantir a vitória contra a direita unida: a convergência das esquerdas numa alternativa de governo com um programa e políticas de mudança!

Em 30 anos, os militantes da LCI / PSR conseguiram, de facto, dar passos muito importantes. Para eles e para toda a esquerda! Seria importante que agora soubessem também contribuir, no e com o Bloco de Esquerda e para toda a esquerda portuguesa, com uma acção onde o esforço de convergência das esquerdas, baseada em políticas e programas, não abstractamente, constituísse mais uma vontade para a definição de uma alternativa de esquerda. Há socialistas, comunistas e sem partido que aplaudiriam. E estes 30 anos que já passaram seriam olhados com um mais forte ainda VALEU A PENA!

João P. Freire