2003-10-18

Uma reflexão a propósito da Bolívia!

"Na Bolívia, que já era o paí­s mais pobre da América do Sul, o ultra-liberalismo da década de 90 agravou dramaticamente as condições de vida da maioria da população, constituída por cerca de 82% de í­ndios e mestiços. Segundo a CEPAL (Comissão Económica da ONU para a América Latina), entre 1982 e 2002, o rendimento "per capita" baixou 20% na Bolí­via, o desemprego duplicou e a desigualdade social "atingiu níveis sem precedentes"; 45,5% dos 8,5 milhões de bolivianos sobrevivem com menos de 450 dólares por ano e sofrem de subalimentação crónica, enquanto os 10% mais ricos açambarcam 37,2% do PIB - 50 vezes mais do que os 10% mais pobres. Um verdadeiro "genocidio social", denunciado pelas ONG e agências humanitárias. (in Expresso de 18 de Outubro)

E ... entretanto, a revolta popular dos mineiros, dos operários desempregados, dos camponeses e dos jovens bolivianos conseguiu a demissão do agora ex-Presidente Lozada que, por coincidência, se foi "exilar" nos EUA do seu amigo Bush!

A imprensa portuguesa e europeia continuam a apresentar a situação na Bolí­via, como apresentaram anteriormente outra situação similar na Argentina: muita preocupação pela "falta de resposta" das chamadas instituições democráticas e maior preocupação ainda pelo sentido que estas revoltas populares podem assumir. Um dos rostos do contra-poder (é o que de facto existe!) é Evo Morales, líder sindical e dirigente do Movimento para o Socialismo ...

Na Bolí­via assim como na Argentina, colapsou a receita de uma das instituições da globalização liberal: o FMI!

Juntamente com o colapso da receita económico-financeira, tem vindo também a colapsar o modelo de organização política que a globalização liberal quer impor INDISTINTAMENTE em todo o Mundo: um modelo baseado no crescente deficite na participação cidadã nas chamadas instituições democráticas e na vida de todos os dias. Particularmente os trabalhadores têm estado a ser relegados para um tipo de organização onde os deveres são tudo e os direitos passaram a ser nada ou então algo meramente formal. Não é só na Bolívia que o desemprego tem sido a solução do liberalismo para problemas de "falta de produtividade e de rentabilidade"...

É neste quadro que a revolta popular na Bolí­via com a criação de orgãos de democracia baseados na participação directa e geral, é um ACTO DE AFIRMAÇÃO DEMOCRÀTICA para além e representar a afirmação da capacidade dos trabalhadores e dos jovens para definirem uma modelo alternativo ao liberalismo dominante.

O liberalismo tem imposto um sistema onde os recursos planetários são geridos por meia dúzia de entidades privadas. A consequência política deste sistema é a "oferta" de uma democracia com direitos não só diminuídos mas também controlados por um autêntico "big brother" planetário. O liberalismo do século XXI é um modelo crescentemente totalitário assente na brutalidade da resposta militar da única super-potência existente!

"A reacção começou a germinar em 2000 com as mobilizações populares contra a privatização da água, sob o lema RECUPERAR A BOLÍVIA PARA OS BOLIVIANOS. O tema do gás converteu-se numa questão histórica de soberania nacional, porque é o último e o único recurso do paí­s. Todos os partidos foram apanhados de supresa, foram ultrapassados e reconhecem-no" (in Expresso dd 18 de Outubro)

Seria bom que estas palavras não caíssem em saco roto por cá! Por esta Europa onde continua a moda de um modelo liberal campeão das privatizações "a torto e a direito" e onde políticamente é também crescente o alheamento popular do único direito reconhecido que são os periódicos actos eleitorais para Parlamentos que nada resolvem!

Não se pede que sejam os políticos de direita a descobrirem soluções. Têm demonstrado que acabam sempre por descobrir soluções antigas, mesmo que recauchutadas! Exige-se é que os dirigentes dos partidos à esquerda não afinem os seus programas, as suas políticas e as suas acções por diapasões onde as abstracções acabam por ser também a insistência em modelos que já provaram a sua falência! Enquanto durararem as incertezas e as indefinições polí­ticas aumentará também o aparecimento daqueles que voltarão a propor o recurso a novos autoritarismos mesmo que populistas. Do tipo Manuel Monteiro ou Paulo Portas ou então com o recurso à ressurreição de algum caudilhismo, militar ou não!

A irresponsabilidade não está do lado de quem quer apontar alternativas! Ela está do lado de quem quer persistir em situações que já provaram que não levam a nada, nem resolvem nada de nada!

A democracia do liberalismo e o liberalismo não são solução! Na Bolí­via como na Argentina, os trabalhadores e os jovens têm demonstrado que sabem criar democracia em toda a sua plenitude e sabem qual é a alternativa ao liberalismo! E não estão tão longe quanto pensamos...

Todos os movimentos populares de afirmação social e polí­tica alternativos devem demonstrar capacidade de coordenação para a definição de uma alternativa internacional de afirmação socialista, democrática e libertária ao liberalismo imposto por Bush, pelo FMI e pela OMC!

UMA REFLEXÃO A PROPÓSITO DA BOL�VIA: A DEMOCRACIA DO LIBERALISMO NÃO É SOLUÇÃO!

"Na Bolívia, que já era o país mais pobre da América do Sul, o ultra-liberalismo da década de 90 agravou dramaticamente as condições de vida da maioria da população, constituída por cerca de 82% de índios e mestiços. Segundo a CEPAL (Comissão Económica da ONU para a América Latina), entre 1982 e 2002, o rendimento "per capita" baixou 20% na Bolívia, o desemprego duplicou e a desigualdade social "atingiu níveis sem precedentes"; 45,5% dos 8,5 milhões de bolivianos sobrevivem com menos de 450 dólares por ano e sofrem de subalimentação crónica, enquanto os 10% mais ricos açambarcam 37,2% do PIB - 50 vezes mais do que os 10% mais pobres. Um verdadeiro "genocidio social", denunciado pelas ONG e agências humanitárias."
E ... entretanto, a revolta popular dos mineiros, dos operários desempregados, dos camponeses e dos jovens bolivianos conseguiu a demissão do agora ex-Presidente Lozada que, por coincidência, se foi "exilar" (é precisa muita lata...) nos EUA do seu amigo Bush!
A imprensa portuguesa e europeia continua a apresentar a situação na Bolívia, como apresentou anteriormente outra situação similar na Argentina: muita preocupação pela falta de resposta das chamadas instituições democráticas e maior preocupação ainda pelo sentido que estas revoltas populares podem assumir. Um dos rostos do contra-poder (é o que de facto existe!) é Evo Morales, líder sindical e dirigente do Movimento para o Socialismo!
Na Bolívia assim como na Argentina, colapsou a receita de uma das instituições da globalização liberal: o FMI! Juntamente com o colapso da receita económico-financeira, tem vindo também a colapsar o modelo de organização política que a globalização liberal quer impor INDISTINTAMENTE em todo o Mundo: um modelo baseado no crescente deficite na participação cidadã nas chamadas instituições democráticas. Particularmente os trabalhadores têm estado a ser relegados para um tipo de organização onde os deveres são tudo e os direitos passaram a ser nada ou então algo meramente formal.
É neste quadro que a revolta popular na Bolívia com a criação de orgãos de democracia baseados na participação directa e geral, é um ACTO DE AFIRMAÇÃO DEMOCR�TICA para além de representar a afirmação da capacidade dos trabalhadores e dos jovens para definirem uma modelo alternativo ao liberalismo dominante.
O liberalismo tem imposto um sistema onde os recursos planetários são geridos por meia dúzia de entidades privadas. A consequência política deste sistema é a "oferta" de uma democracia com direitos não só diminuídos mas também controlados por um autêntico "big brother" planetário. O liberalismo do século XXI é um modelo crescentemente totalitário assente na brutalidade da resposta militar da única super-potência existente!
"A reacção começou a germinar em 2000 com as mobilizações populares contra a privatização da água, sob o lema RECUPERAR A BOL�VIA PARA OS BOLIVIANOS. O tema do gás converteu-se numa questão histórica de soberania nacional, porque é o último e o único recurso do país. Todos os partidos foram apanhados de supresa, foram ultrapassados e reconhecem-no" (in Expresso dd 18 de Outubro) Seria bom que estas palavras não caissem em saco roto por cá! Por esta Europa onde continua a moda de um modelo liberal campeão das privatizações "a torto e a direito" e onde políticamente é também crescente o alheamento popular do único direito reconhecido que são os actos eleitorais para Parlamentos que nada resolvem!
Não se pede que sejam os políticos de direita a descobrirem soluções. Têm demonstrado que acabam sempre por descobrir soluções antigas, mesmo que recauchutadas! Exige-se é que os dirigentes dos partidos à esquerda não afinem os seus programas, as suas políticas e as suas acções por diapasões onde as abstracções acabam por ser também a insistência em modelos que já provaram a sua falência! Enquanto durararem as incertezas e as indefinições políticas aumentará também o aparecimento daqueles que voltarão a propor o recurso a novos autoritarismos mesmo que populistas. Do tipo Manuel Monteiro ou Paulo Portas ou então com o recurso à ressurreição de algum caudilhismo!
A democracia do liberalismo e o liberalismo não são solução! Na Bolívia como na Argentina, os trabalhadores e os jovens têm demonstrado que sabem criar democracia em toda a sua plenitude e sabem qual é a alternativa ao liberalismo! E não estão tão longe quanto pensamos...
Todos os movimentos populares de afirmação social e política alternativos devem demonstrar capacidade de coordenação para a definição de uma alternativa internacional de afirmação socialista, democrática e libertária ao liberalismo imposto por Bush, pelo FMI e pela OMC!

2003-10-17

UMA OUTRA VISÃO SOBRE A BOLÍVIA

Enviado pelo Manuel Baptista, oferecemos também mais uma visão sobre a Bolívia:Bolivia - Las putas amantes de la vida declaramos que no queremos la guerra
por reenvio María Galindo - Mujeres Creando . Thursday October 16, 2003 at
08:48 PM

Los pocos caudillos pequeños y medianos tienen la urgencia de buscar un
enfrentamiento violento con el estado porque apuestan a un recambio de poder
que sustituya unos con otros, poseedores de consignas saben que su mejor
arma es la frustración de la gente y con ella juegan para que se instale la
lógica de la guerra.
Se acercó a la ventana de esta vida a recibir la muerte "No te acerques
Marlenita a la ventana", le decía su madre a la niña aymara de 8 años
habitante de una casucha campesina sin luz, ni agua en Warisata.
Un pueblo sin hospitales, ni universidades, ni tiendas, ni cafés internet,
ni cines, un pueblo en medio del altiplano, que es como decir en medio de la
nada, en medio del reino del viento y el hambre, un pueblo muy cercano a la
ciudad de La Paz, donde hace 70 años ya, se instaló fruto de luchas remotas
y ancestrales una normal, un centro de pensamiento, un centro de educación
para el mundo andino.
Pero Marlene, Marlene se acercó a la ventana curiosa,desobediente y muerta
de miedo a mirar a los soldados como lo hacen los niños y las niñas en Irak,
así en Bolivia con la curiosidad universal de los y las inocentes se acercó
a la ventana de esta vida a recibir un balazo racista.
El ejército cuando la mató hacía lo que el gobierno denominó "un operativo"
de rescate de turistas ingleses y norteamericanos que hacían alpinismo en el
Illampu, uno de los nevados más altos del mundo desde donde la injusticia se
puede contemplar en toda su esplendorosa crueldad.
Es importante dejar bien claro que ninguno de los turistas rescatados
estuvieron en riesgo de vida, que ninguna de sus vidas vale más que la de
Marlene, que los y las aymarás alzados no los tuvieron de rehenes y que lo
que hacían era cumplir un bloqueo de caminos interpelando al estado
boliviano sobre la venta del gas, bloqueo dentro del cual "los turistas" no
fueron tomados en cuenta, porque fuera están sus actividades de toda
comprensión que pueda tener un pueblo en lucha, simplemente dentro el
imaginario de los bloqueadores los turistas nada significaban. Los turistas
fueron, son y serán un pretexto para ocupar y matar y fueron, son y serán
sus pieles blancas, sus euros y sus pasaportes del norte un pretexto para
que el estado boliviano cumpliendo con los estados coloniales del norte haya
creado allí la necesidad de la ocupación militar de un pueblo que protestaba
pacíficamente.
Los pueblos tienen límites, el nuestro ha llegado
Cuando el sentido de la lucha se nos escapa de las manos, pareciera que la
injusticia es todopoderosa y omnipotente y que nada va a cambiar y que no
vale la pena salir con un cartel a las calles, ni construir una barricada,
ni decir no. Pareciera que todo el horizonte es ceder y conceder que nos
pisoteen y maten y mientan y que se jacten de ello todos los corruptos del
mundo.
Pero mágico y misterioso es el límite de los pueblos y el nuestro ha
llegado. Poco a poco a ritmo accidentado y tentando los caminos la protesta
social boliviana crece día a día y los mismos sumisos y sumisas de ayer, hoy
han convertido a las calles de la ciudad de La Paz en un foro ininterrumpido
de 8 horas diarias de protesta conjunta.
El gentío movilizado está masivamente compuesto de cientos de jóvenes
hombres y mujeres desempleados y desempleadas, comerciantes independientes,
viejos y viejas que mantienen a sus nietos y nietas. Gentío masivo que sabe
a ciencia cierta que no tiene ninguna oportunidad de nada, masa hambrienta y
soleada que no ha tenido márgenes para reflexionar, ni discutir. No hay
consensos, ni líderes reconocibles. Lo que hay es un entercamiento en
rotundos nos, en llantos por los y las muertas, en rabia, bronca y
cansancio. Suma de resistencia que ha volcado al país en 10 días a las
reflexiones fundamentales de una sociedad, ¿qué somos?, ¿qué queremos?,
¿cómo queremos organizarnos?, ¿dónde está el fruto de nuestro trabajo?.
Preguntas que no están formuladas a los intelectuales, ni a los partidos
políticos ni a los jerarcas de la iglesia, son preguntas vagabundas y
obsesivas que estallan su impaciencia en las esquinas de las calles. En ese
contexto el gas que se propagandiza como un negocio millonario adquiere un
sentido simbólico que nos evoca la larga lista de recursos naturales salidos
de estas tierras para nutrir las grandes fortunas mundiales.
La capacidad de responder colectivamente a estas preguntas es la oportunidad
que como país buscamos y eso empieza por decir claramente que no queremos,
ni buscamos, ni aceptamos la guerra civil. Apostamos a que este proceso, a
que este embarazo no sea abortado a patadas, ni a balas, ni a fuerza de
angurria de poder.
Los pocos caudillos pequeños y medianos tienen la urgencia de buscar un
enfrentamiento violento con el estado porque apuestan a un recambio de poder
que sustituya unos con otros, poseedores de consignas saben que su mejor
arma es la frustración de la gente y con ella juegan para que se instale la
lógica de la guerra.
El estado también desea esa lógica e inventa todo tipo de hipótesis para
legitimar la presencia militar, la muerte y la impunidad.
El desafío está en la capacidad que tenga el pueblo de inventar su propia
lucha, de decir su palabra, de construir unidad en la resistencia, de
mantenerla y hacerla crecer para que podamos tomarnos el tiempo de
esclarecimiento que necesitamos y que sabemos que no será corto y que no
podemos delegar en ninguna institución de la sociedad.
Así de locos y locas estamos en estos lados de la tierra, donde un gran
negocio transnacional desata todas las ataduras y nos devuelve a la
terquedad de sentarnos sobre la tierra, testimoniando que es nuestra tierra
y por eso nuestra esperanza. Sentados y sentadas sobre ella inamovibles
necesitamos tiempo para decidir que cosa queremos.




llevamos un mundo nuevo en nuestros corazones: ese mundo esta creciendo en
este instante
www.nodo50.org/ellibertario

SERÁ QUE A BOLIVIA ESTÁ ASSIM TÃO LONGE DE NÓS? ...

Para compreender o que se passa na Bolívia aconselhamos a leitura de:
Declaración de El Militante, periódico de la corriente marxista en el movimiento obrero y la juventud del Estado español

¡Total apoyo a la insurrección popular boliviana!

¡Por el triunfo de la revolución socialista!




Desde la corriente marxista agrupada en El Militante queremos transmitir nuestro más enérgico apoyo a los trabajadores, campesinos, jóvenes y a todo el pueblo boliviano que en las últimas semanas están protagonizando una lucha heroica y decisiva contra el presidente-asesino Sánchez Lozada.



Somos conscientes, a pesar de la lejanía geográfica, de que las próximas horas y días serán decisivas para la historia del pueblo de Bolivia. La auténtica insurrección popular que vive el país expresa de forma clara la voluntad del pueblo boliviano de un cambio social profundo, que acabe de una vez con la miseria y la opresión que el sistema capitalista impone a la inmensa mayoría de la sociedad. El imperialismo y la burguesía boliviana se han dado perfecta cuenta de que lo que está en juego no es sólo la permanencia o no de un presidente, sino la supervivencia de su sistema de explotación, el capitalista. Por eso, el imperialismo y la burguesía harán todo lo que les sea posible para que el poder político y económico no se les escape de las manos. Eso es para ellos lo fundamental.



Hasta ahora han jugado la carta de la represión, atacando militarmente la movilización popular y asesinando impunemente a más de 80 personas. Pero el efecto ha sido el contrario del que pretendían: el pueblo se ha lanzado a la calle con más fuerza y más masivamente. Es posible que, si fracasa la vía represiva, intenten descarrilar el movimiento insurreccional de forma “democrática”, mediante todo tipo de maniobras y engaños al pueblo. Para los ricos lo fundamental es no perder el control del aparato del Estado y la propiedad de los medios de producción. Si no consiguen aplastar el movimiento con un baño de sangre, optarán por hacer cambios por arriba (poder para el vicepresidente, formación de una asamblea constituyente que respete la propiedad de las multinacionales y de la oligarquía boliviana, etc.) para que todo siga igual, y más adelante, cuando las situación les sea más favorable, intentar aplastar el movimiento revolucionario.



Sin embargo, las condiciones para derrotar al imperialismo y a la oligarquía en Bolivia son muy favorables. La reacción no cuenta con ninguna base social de apoyo y, con la represión salvaje corren el riesgo de fracturar el ejército y la policía (ha habido múltiples casos en el que policías y soldados se han negado a disparar a la población, e incluso han dado muestras de simpatía hacia la insurrección popular). Pese a todas las condiciones favorables el triunfo revolucionario no está garantizado. Es vital que en estos momentos cruciales los dirigentes de la COB y del MAS apunten de forma clara y decidida hacia donde tiene que desembocar el proceso revolucionario. Bajo nuestro punto de vista la insurrección del pueblo boliviano sólo puede triunfar si se orienta hacia el derrocamiento del capitalismo y la instauración de una democracia obrera, en la que los recursos económicos fundamentales del país estén planificados en función de los intereses de la mayoría de la sociedad y firmemente controlados por los trabajadores.



Por lo tanto:



- Total apoyo con el movimiento insurreccional del pueblo boliviano. Los sindicatos y partidos de la izquierda en el Estado español y en todo el mundo deberían lanzar una campaña de solidaridad inmediata, incluyendo una campaña de fondos económicos para las organizaciones bolivianas en lucha.



- ¡Ningún pacto con los partidos burgueses y sus líderes! Su único objetivo es tratar de reencauzar la situación y preservar sus privilegios de siempre. Para acabar con la miseria y la injusticia, para garantizar los derechos del pueblo, los obreros y campesinos bolivianos sólo pueden confiar en sus propias fuerzas, en su organización y en su lucha.



- Creación de los comités de huelga en los distritos campesinos y urbanos, fábricas, minas, campo, facultades... con el fin de organizar la autodefensa contra la represión y los siguientes pasos de la lucha. Esos comités tienen que asumir directamente la organización de todos los aspectos de la vida social (transporte, alimentación, producción, seguridad), que no deben estar en manos de los burgueses o del aparato estatal de la burguesía. Los comités de huelga se deben basar en la máxima participación y democracia, con dirigentes elegibles y revocables en cualquier momento. La formación de comités a una escala cada vez más amplia, hasta llegar a nivel nacional, constituiría la base del único régimen genuinamente democrático: la democracia obrera.



- Orientación conciente a la base del ejército y de la policía para que formen también comités de soldados para que neutralicen a todos los elementos asesinos que están disparando y reprimiendo al pueblo.



- La lucha por el derrocamiento del gobierno de Losada así como la renacionalización de las empresas privatizadas, la derogación de la ley de Seguridad Ciudadana, del Código Tributario y de la ley de Hidrocarburos, planteadas por la COB, tienen que estar vinculadas a la lucha por el derrocamiento del capitalismo. La lucha por acabar con la miseria y la opresión está totalmente ligada a la conquista de una democracia obrera y a la economía planificada, en la que todos los resortes económicos fundamentales, incluido el sistema bancario, estén nacionalizados y bajo control democrático de la clase obrera. En otras palabras, la lucha contra la miseria y la explotación solo es verdaderamente consecuente si tiene un carácter socialista.



- La situación revolucionaria que en estos momentos se vive en Bolivia es parte de un proceso más amplio que abarca a toda América Latina y el mundo. El triunfo de la revolución en Bolivia tendría efectos inmediatos en Venezuela, Argentina y otros países, fortaleciendo procesos revolucionarios que se han abierto en los últimos años. Con el triunfo de la revolución socialista en Bolivia la perspectiva de una Federación Socialista de América Latina sería un poderoso revulsivo para la revolución en todos los países del continente y del mundo, incluyendo EEUU.



Madrid, 17 de octubre de 2003



Para contactar con nosotros:

elmilit@arrakis.es



Web de El Militante:

elmilitante@arrakis.es



Artículos sobre Bolivia en El Militante:

http://www.elmilitante.org/index.asp?id=muestra_cat&cat=43

Urgent Message for the readers of marxist.com: Solidarity with the
Bolivian Revolution!
http://www.marxist.com/appeals/bolivia_appeal.html

Bolivia is living through a revolutionary situation. There is a popular
insurrection, led by the working class, which has formed a workers'
militia and is clashing with the army. The government has responded by
unleashing a white terror. The supporters of Marxist.com in Latin America
and all over the world will do all in their power to aid the Bolivian
revolution. But we need your help!
- We have produced a model solidarity message at:
http://www.marxist.com/appeals/bolivia_protest_letter.html

We invite you to use these as the basis for messages of solidarity to the
Bolivian working people, and protests to the Bolivian authorities.
(October 17, 2003)

2003-10-14

O DIA DA DEFESA NACIONAL, AS FORÇAS ARMADAS E O QUE VALE A PENA QUESTIONAR!

O ministro Paulo Portas resolveu pegar numa iniciativa do governo Guterres e está a convocar (sem direito a falta por parte dos convocados!) todos os jovens recenseados este ano para comparecerem no chamado "Dia da Defesa Nacional". O que se passará nesse dia será provavelmente um "comício do regime", como lhe chamou a Juventude Socialista (JS). Entre apoios de deputados do PS e a rejeição por parte da JS e da JSD, o dito "Dia da Defesa Nacional" pode muito bem constituir mais um marco do actual governo para enaltecer a submissão aos interesses do gendarme norte-americano na escalada de ocupação planetária em nome da "luta contra o terrorismo". Aos jovens portugueses é reservado o papel de terem de estar "às ordens" para marcharem para o Iraque ou para qualquer outro local que Bush ordene aos seus amigos Portas e Durão Barroso. No "Dia da Defesa Nacional" ficará propositadamente em branco questões que merecem ser discutidas: o exercicio de liberdades e direitos democráticas no interior das Forças Armadas; os perigos da profissionalização das Forças Armadas com o fim do Serviço Militar Obrigatório (SMO) num quadro de globalização militar unilateral comandada pela única super-potência; porque razão Portugal está na NATO; como são decididas as políticas de defesa nacional e qual a participação dos cidadãos...
Nada disto será discutido e se alguém o abordar, decerto que será desde logo abafado. O "Dia da Defesa Nacional" prova também a urgência de um debate sobre o assunto na esquerda e particularmente no Partido Socialista. É estranha a posição do deputado socialista Marques Júnior (ex-capitão de Abril) ao manifestar apoio à iniciativa de Portas e do actual governo. As questões de defesa nacional não são nem podem ser abstractas. Não há um interesse nacional abstracto. Ainda para mais num momento em que a globalização liberal é acompanhada de músculo militar onde o governo PSD/CDS se tem assumido como um autêntico moço de recados. Estamos de acordo com a JS quando esta "não está disposta a aceitar que existam cortes orçamentais na saúde ou na prevenção dos incêndios para depois se gastarem milhares de euros na deslocação e alimentação de jovens para assistirem a um comício do regime"
(in,Público de 13 do corrente). MAS É PRECISO TAMBÉM QUESTIONAR A CRESCENTE FORMALIZAÇÃO DA DEMOCRACIA E O CRESCENTE ABURGUESAMENTO DAS DIVERSAS PARTES DO APARELHO DE ESTADO, como as Forças Armadas!

2003-10-12

BUSH ANUNCIOU MAIS SANÇÕES CONTRA CUBA: CHEGA DE BLOQUEIO!

Para consumo interno, i.e. vêm aí as eleições americanas, Bush anunciou mais sanções contra Cuba. Ou seja, como forma de reolher o apoio dos sectores mais reacionários dos cubanos de Miami, Bush resolveu reforçar o bloqueio contra Cuba. Com este gesto, o presidente americano pretende também reforçar a sua imagem de gendarme do Mundo com um pretenso direito de ocupar e de mandar em qualquer canto do Planeta em nome de uma liberdade que, no seu próprio país, é, cada vez mais, só para os que pensam como ele ou para os que se situam dentro da normalidade do sistema norte-americano.
O Iraque, o Afeganistão ou a questão Israel/Palestina servem para ilustrar o principal sentido da actual politica norte-americana: assumirem-se como o big-brother planetário com um discurso onde a mentira e a encenação dominam!
Relativamente a Cuba, Bush deverá ter como único objectivo a substituição do regime burocrático de Fidel Castro por uma espécie de protectorado norte-americano onde a liberdade e os direitos democráticos serão geridos segundo a vontade imperial norte-americana. Neste seu objectivo, Bush socorre-se dos cubanos de Miami que têm no antigo ditador Baptista o seu exemplo e modelo.
Bush não é nem tem qualquer alternativa a Fidel Castro. Essa alternativa que passa pelo retomar da Revolução Cubana numa perspectiva socialista libertária e democrática está no próprio povo cubano e na oposição a Fidel Castro que recusa a americanização de Cuba. Há uma oposição em Cuba que recusa o bloqueio imperialista, que recusa modelos para Cuba que sejam encontrados na lógica da globalização liberal, que luta para que a Revolução Cubana seja retomada pelos próprios trabalhadores e jovens e não seja mais asfixiada pela actual burocracia totalitária do partido de Fidel Castro. Estas mulheres e homens que foram companheiros de Fidel e do Che na libertação de Cuba merecem activa SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL nomeadamente na oposição ao bloqueio imperialista imposto pelas diversas administrações americanas.